sexta-feira, 10 de outubro de 2008



Juíza negocia imóvel com lobista

Resumo

A matéria de autoria de Ezequiel Fagundes, publicada em 26 de setembro de 2008, revela como a Juíza Ângela Maria de Catão Alves da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte, negociou a compra de um apartamento de propriedade do chefe do esquema de desvio de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Paulo Sobrinho de Sá Cruz, o “Paulinho da Status”.
Segundo as gravações, as quais “O TEMPO” teve acesso com exclusividade, a transação só não se concretizou porque a juíza não gostou da fachada do imóvel.
O mal-sucedido negócio foi intermediado pelo ex-gerente da Caixa Econômica Federal (CEF), Francisco de Fátima Sampaio Araújo, apontado pela Polícia Federal como sendo o operador financeiro do esquema que causou rombo de R$200 milhões nas verbas do FPM.
Segundo o relatório da PF, o imóvel está registrado em nome do advogado Valzemir José Duarte, tido como um dos “laranjas” do lobista “Paulinho da Status”. Ângela Catão tem plena consciência de que Francisco de Fátima representa os interesses do lobista Paulo Sobrinho. A investigação aponta ainda, que a magistrada concedeu liminares “automáticas” pela liberação de recursos do FPM retidos no INSS.
Além do apartamento citado, a juíza já havia exigido anteriormente um carro de luxo “modelo completo”.

Análise Crítica

A reportagem publicada pelo jornal “O TEMPO”, com autoria de Ezequiel Fagundes, balizada em relatório da Polícia Federal, é mais uma que mostra de forma inequívoca como o crime organizado está corrompendo cada vez mais nossas instituições.
A matéria mostra que os corruptos freqüentam os mais variados níveis hierárquicos, o que significa dizer que não há ligação entre corrupção e escolaridade, a não ser é claro, que quanto maior a escolaridade, maior a propina exigida. Assim, é de fundamental importância punir os “tubarões”, para que os “peixes pequenos” também pensem um pouco mais antes de aventurarem.
Visto que o problema não é apenas falta de educação, o que podemos fazer é não poupar nem, mesmo nossos amigos, pois se deixarmos de denunciar um corrupto e/ou um corruptor em nome da amizade, não mais poderemos nos queixar ou ficar perplexos com seja lá qual for a falcatrua.

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