sábado, 27 de setembro de 2008

Resenha do cap. I

SUKART, Herbert Lowe. Ética&Corrupção
São Paulo: Nobel, 2003

Resenha do capítulo I

Herbert Lowe Stukart tem 70 anos de experiência prática, trabalhando no Laboratório Roussel em Paris, no Sarsa no Rio de Janeiro, depois como diretor-superintendente da Klabin teve o privilégio de coordenar por 25 anos a equipe de compras e da gestão de estoque.
Estudou Direito na Universidade de Viena, Administração na Harvard Business School em Boston, Economia no Institut d’Études Economiques de Paris, e formou-se como Certified Purchasing Manager (CPM) em Nova York.
No ano de 1989, em Haia, foi agraciado, com a medalha Garner Themoin, equivalente ao Prêmio Nobel, para os que labutam em “Material Managment”, pela Federação Internacional de Compras e Administração de Material. Participou da Cruzada contra a corrupção, sob a égide do Almirante Lúcio Meira, além de dar aulas na Fundação Getúlio Vargas e ter conduzido seminários e proferido palestras sobre o tema no Brasil, América do Norte e Europa. É também, autor de “Negociar” e “Lucro” através da administração de material.

Neste capítulo o autor faz uma abordagem da ética sob os aspectos filosóficos e religiosos. Afirma que o ser Humano é agressivo por natureza, e que tal agressividade foi e ainda é em certos aspectos considerada uma virtude, pois ainda hoje afirmamos que “a vida é uma luta”, e que apreciamos quem “ataca” um problema. Em seguida procura demonstrar que ética e moral não são sinônimos, pois a ética seria o princípio que rege aplicações específicas nos diferentes campos, como o profissional, público e privado, enquanto a moral seria a regra para um comportamento adequado, conforme os costumes que devem ser definidos pela ética.

Aborda a origem da ética afirmando que todas as religiões pregam um código de ética prescrito por Deus, e que até os filósofos desvinculados de qualquer religião professam uma ética divina. Outras “fontes” de nascimento da ética são citadas, como a reciprocidade e a intuição.

Através de um quadro criado pelo professor Robert Solomon, mostra a evolução da ética, segundo o qual os princípios da ética seriam diferentes em cada estágio como o Darwinismo, Maquiavelismo, Conformidade, Autoridade, Participação Democrática e Integridade e Justiça.

Relaciona ética religiosa e racional ponderando que uma influenciou a outra, e que se misturam com freqüência, e também que a ética nos é passada sob o cunho religioso. Em seguida afirma que a ética se separou da religião, tornando-se parte da Filosofia, mas que ainda assim não há um breviário universal para o correto comportamento do Homem, devido à enorme diversidade de opiniões filosóficas sobre a ética.

Em seguida é feito um resumo de religiões asiáticas e monoteístas tais como: Hinduísmo, Budismo, Confucionismo, Mosaísmo, Cristianismo e Islamismo. O capítulo é encerrado com referências aos filósofos gregos ou não desde a antiguidade até a contemporaneidade.

O capítulo é muito rico em informações consistentes, pois o autor na maioria das vezes embasa suas afirmações em legados de personagens históricos e de instituições como a Igreja seja ela qual for, mas comete o deslize de ele mesmo se apegar em demasiado a religião para deixar implícito que o Homem não pode e não deve viver sem ética. Chega a afirmar que a ética é única como a geometria ou a física. Isso fica bem claro quando afirma que ateístas e agnósticos correm sério risco de terem um vácuo de valores e normas.

A matéria jornalística tem plena relação com o livro Ética&Corrupção, pois, retrata o caso de um ex-líder estudantil que indo contra tudo o que pregou, quando fazia o papel de "mocinho", se deixou levar pela ganância e pela sedução do poder. Sedução esta que o levou a usar os métodos mais sórdidos para se manter no poder. Assim, o "mocinho" que tanto lutou para o impeachman do então presidente Frenando Collor, passou a corromper e permitir que outros corruptos agissem livremente.

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